quinta-feira, 14 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
De se entregar.
sábado, 2 de julho de 2011
Palavras
Transbordo
Da dor (,) do amor
Enriqueço
Despertencem de si
Enlouqueço
Masoquistas, acompanham-me pelo prazer do abandono
E escrevo
No papel o reflexo do retrato ao avesso.
Adoro brincar com palavras!
Às vezes eu pego, às vezes fogem.
Eu me escondo,
Mas elas sempre me encontram.
Quando estou ofegante,
Acalmam,
Esperam,
Reanimam.
Respeitam minha solidão,
E me acompanham quando eu mais preciso.
Elas me ajudam a ser uma pessoa melhor,
Porque com elas conheço mais de mim,
Com elas eu choro, sorrio...
Extravaso.
E elas me respondem
Tão imprevisíveis quanto eu.
Adoro brincar com as palavras
Elas se deixam reinventar
Têm lá seus caprichos, são vaidosas.
Ainda estou aprendendo a lhe dar com isso.
Quando me incomodo, saio da brincadeira.
Mas elas sempre me convidam de novo.
Sabem que não resisto a uma ciranda.
Estendem as mãos e começam a cantarolar.
E lá vou eu brincar com as palavras.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Nossa melhor incerteza.
domingo, 19 de junho de 2011
Miudezas...
sexta-feira, 17 de junho de 2011
calda
terça-feira, 14 de junho de 2011
Para te sentir melhor.
Mas o prefiro nu.
Gosto dos seus olhos,
Mas prefiro quando os fecha.
Gosto da sua boca,
Mas prefiro sua língua.
Gosto do seu pescoço,
Mas prefiro seu cheiro.
Gosto do seu desempenho,
Mas prefiro seu descontrole.
Gosto da sua voz,
Mas prefiro seus gemidos...
Auto-retrato
(2)
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Sagradas labaredas.
Festa do divino.
Não era Europa, era Sertão.
Eu decorava o hino.
E seguia a procissão.
Quarenta graus no cortejo.
Entre anáguas e filós.
Ironia de Deus em nossas moleiras mal fechadas.
Nem pecado eu tinha direito e o sol já me castigava.
Pelourinho itinerante a me vestir.
O pezinho apertado dentro do sapato.
Subia e descia as ladeiras quase chorando, quase sorrindo
Faixas de panos e paus em dizeres proféticos.
Quase poéticos; diria patéticos.
Eu ficava no meio,
Os mais brancos e ricos na frente,
Os mais pretos e pobres atrás.
Todos em louvor.
Sem entender a mentira, ou mentindo sem entender.
Cabelos domados,
Pés latejando, beatas cantando, procissão seguindo.
O sol enfurecido sob as nossas cabeças.
As lágrimas caindo.
Entre fotografias e insolações.
Não sei o que doía mais em mim.
Mas, Mãe...
É saudade dos meus cachinhos.
E da pomba branca que sempre cagava na saída.
terça-feira, 24 de maio de 2011
INDELÉVEL

INDELÉVEL
Um ônibus antigo
- gabine de caminhão -
que Onofre dirigia,
levava-me para longe;
e eu seria motorista!
Do alto de seu trator
- uma Patrol reluzente -
o homem pediu-me água.
Fomos pra traz e pra frente.
Eu seria patroleiro!
Um meu padrinho fez pontes
- também máquinas e casas -
e meus pais, por não ter nada,
queriam algo de seu;
então seria engenheiro!
No passar de tanto tempo
- e o tempo passa depressa -
quis ser médico, doutor,
cientista, professor,
e um pouco de cada coisa.
Nos retratos que me fiz
- e ainda me faço agora -
me transformo, hora-a-hora,
neste espelho diferente
que mostra o sonho da gente.
Eu sou reflorestador
- de planos, não de sementes -
já fui galã, fui cantor,
e por ser um sonhador,
serei poeta pra sempre!
Jaime Wanner
sexta-feira, 13 de maio de 2011
o casal
lindo
esposa
mãos dadas
marido
graça
passeiam
serenos
a praça
carinhos
sorrindo
amando
velhinhos
mais
saudades
guerrilhas
paz
...
Boi Cenário. Coincidências à parte.
Achava-se rei
Mas de leão não tinha nem a juba
Subia no casco para rugir e mugia
Mugia moralidade quando se sabia precisar de ética
Sem fome, comeu de um capim azul porque o mandaram.
Dizia representar os bezerros, mas não os ouvia.
Quando jovem aprendera a marchar
E nunca mais trotou.
Chiste da vida com os bichos da raça
Queria que o resto do gado marcha-se também.
Posa de leão, mas nem é digno da bovinidade.
Parou no tempo em que puchavam carroças
Em que se acreditava no amor do castigo
E nas farpas da conformação
Pobre Cenário
Não viu a revolução
No lugar das patas vê mãos.
É um cavalo
Preza a guerra, torturaria os potros
Delira em seu pasto precário
Tá explicado
Comeu do capim estragado
Ou diz fazer política em nome do respeito, da família, da segurança e da ordem pública em algum lugar no Brasil.
Ana Míria Carinhanha
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Desenredo
Colheu flores e promessas.
Fez a barba, saiu cedo.
E desceu a ladeira com pressa.
Levou muitas para os becos.
Deixando-as bem ouriçadas.
E entre os copos de vinho
Colecionava corações.
Não estava nos seus planos
Relegar a mocidade
Findou sujo e sem carinho
Deixou raparigas e donzelas
Chorando pelo caminho
Mas restou-lhe a solidão
Não o acompanharam nem as mais fogosas.
Ana Míria Carinhanha
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Milênio
Milênio tem sete anos, raquítico menino de olhar faminto, ziguezagueia descalço pelas ruelas com suas perebas expostas. Com a mão na arraia perambula pegando picula pula, pula,pula... caiu. Milênio da rua, num mundo buraco, perdido restou.
sábado, 7 de maio de 2011
Marcada no papel
Eu tenho as unhas fracas mas os dedos firmes.